terça-feira, 19 de janeiro de 2010

JANGADEIRO


Um vento frio anuncia o vendaval,
Hora de dar adeus a calmaria.
Vela estendida e um rasgo fatal,
Saudosa lembrança da folia.

Na noite anterior,
A farra quase não tem fim,
Amores suspeitos, bebida e cantoria.
Agora um gemido de dor,
No silêncio um grito a se ouvir,
Aperto no peito, desespero e agonia.

De cabeça baixa, um pensamento: o que se espera do lado de lá?
A incerteza é um tormento, quando se pára prá pensar.
Nada se encaixa, o leme emperra e a âncora não sai do lugar.
A coisa ficou séria e somente Deus então pode ajudar.

Manhã de sol aquece o coração,
Na narina perfume de maresia.
A alma agradece a Deus em oração,
O espírito sorri de alegria.

Dia posterior,
É duro segurar de rir,
Santos folguedos, comida e muita cantoria.
Agora conhece de Deus o amor,
Seguro certo de ir e vir,
Sem medo de Janaína.

Cabeça erguida, um sentimento: só em Deus pode se confiar.
A certeza é um alento, genuína Fé para apegar.
Por toda a vida, tempo e momento prá se contar,
Em todo cais, em todo saveiro, até findar a vida de cá.